segunda-feira, 27 de maio de 2013

Desespero

Certos sentimentos incertos
certamente cercarão você.
Acertarão em cheio sua alma,
Atravessarão o coração.
Deixarão descalços os pés sem chão.

O ar, rarefeito, faltará aos pulmões.
Os sentidos render-se-ão à única razão que restou;
Aquele alguém.

A loucura, iminente,
Faz do Norte um Sul.
Turva o céu,
Acinzenta a vida,
e cabe à morte uma saída.

Curar a dor ou o amor,
Tanto faz. 
Tudo consequência da união proibida.
Fico sem saída, somente a hesitar.
Nem palavras, nem sonho, nem nada.
Minha sina é calar.

Calo, então, minha dor,
Calo meu amor, calo meu viver.
Me entrego à sorte da energia
E à esperança de não te perder.

N.N. *8

Um comentário:

Jorge Araken Filho disse...

Querida Nassara, permita-me comentar este belo e intenso poema depois da emoção inicial... Como os bons perfumes, que, nas primeirras notas, tocam o coração, confesso, feliz e emocionado, que ainda preciso amadurece-lo, para sentir, no corpo e na alma, a intensidade dramática do seu conteúdo, que vai muitoa além das palavras... As notas da cabeça ainda estão encobertas pela emoção! Acho que disseste bem maís do que os meus olhos puderam ler... Extraordinário e profundo, sem perder a tessitura poética!